segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

CARRO VELHO

“Nós não devemos ser responsáveis, nós devemos ser irresponsáveis, artisticamente falando. O rock and roll, a música deve ser irresponsável." (Bono Vox)


Hoje continuei montando os mapas das músicas e consultando os alunos sobre o que cantar e tocar. Tem alunos que pelo seu repertório limitado e fechado num estilo deixa fácil na hora de escolher. Mas tem outros que tem tanta informação e são tão ecléticos que a coisa fica impossível. Um caso desses é uma aluna chamada Flávia. A moça, que tá fazendo aula com sua amiga Raquel (melhoras hein moça!) somente há dois meses, tá se mostrando uma verdadeira enciclopédia ambulante. Aliás fui premiado: as duas meninas tem um puta bom gosto e passam por várias épocas sem preconceitos nem frescuras. Adoro isso. E pra completar são boas cantoras mas acho que elas ainda não sabem disso. Como a Flávia além de fazer aula de violão faz também aula de canto com o Régis me senti na obrigação de convidar a moça pra mostrar seu talento. E é aí que surge o grande problema: que músicas cantar? Como na apresentação serão somente 3 músicas e uma delas será uma inédita, o maior trabalho foi separar as covers. Das próprias foi fácil porque a que separei pra ela, assim que mostrei ela se agradou de cara. Fiquei até surpreso mas ela me pareceu convincente e eu fiquei orgulhoso e feliz por poder mostrar minhas canções a ela que foi receptiva, interessada e parece entender o que tô querendo passar. Mais um ponto pra ela. Agora o bicho pegou mesmo quando pegamos sua lista de 1846 músicas e começamos a experimentar o que daria certo no seu tom, com as pessoas que iriam lhe acompanhar, ou o que funcionaria bem com o público... sugeri a ela que explorasse seu conhecimento e apresentasse músicas diferentes, que não fossem tão óbvias, radiofônicas ou dessa geração mais teen. Foram praticamente duas horas discutindo, tocando, cantando. E depois de passar por Peninha, Adriana Calcanhoto, Roberto Carlos, Djavan, Adoniran Barbosa e Victor e Léo entre outros, conseguimos fechar com duas: Filme Triste do Trio Esperança e Como Eu Quero do kid Abelha. Ufa! E ainda assim fiquei balançado com a possibilidade dela cantar Toda Forma de Poder do Engenheiros do Hawaii numa levada mais pop que ficou muito legal quando experimentamos. Mas a escola teve que fechar e assim a gente teve que bater o martelo senão acho que a gente estaria até agora catando música. Mas foi bem legal essa discussão sobre repertório, adoro fazer listas (isso agora é notório!) e esse papo me fez ganhar o dia mesmo depois do meu carrinho véio de guerra pifar na volta pra casa e eu ter que deixar o pobre coitado dormindo na rua. Mas cheguei em casa tranquilaço porque não ligo pra isso. Como diria minha amiguinha, diferente do meu carro, sou velho mas mais experiente, mais vivido, mais maduro... Ou seja, relax total! Valeu aí Flavinha!



postado ao som de ”Coche Vejo” (Paralamas do Sucesso)

2 comentários:

  1. Não pense assim "carro velho"...mas sim um carro mais experiente, mais vivido, maduro! Hahaha...não sei se isso vai te confortar de alguma forma, mas pelo menos eu tentei! hehehe

    ResponderEliminar
  2. Olha só hein...tá aí um ponto positivo que eu não sabia! Seu carro mais "maduro" contribuiu para que você ainda fizesse um exercício físico! Empurrar e andar!
    Tá vendo!? Carro "maduro" é sinal de saúde!
    =)

    ResponderEliminar