terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

BANDA DE BAILE

"Nunca pensei em atingir uma meta, um objetivo musical. Eu queria era fazer show, só isso. Eu arrumava a banda e tal, mas o máximo que eu pensava para o futuro era fazer aquele show. Eu queria gravar disco, mas não pensava em carreira. Seria uma consequência daquilo que eu estava fazendo." (Cássia Eller)



Durante muito tempo tive vontade de trabalhar numa banda de baile. Não pelo força das apresentações ou mesmo pela grana mas sim pelo aprendizado, pela grande escola que deve ser você ter que tocar vários estilos, passar por muitas situações inusitadas, conhecer pessoas e todo tipo de furada. Eu sempre quis ralar num esquema desses mas nunca consegui entrar numa banda dessas. Conheci muitas bandas de perto principalmente num período longo em que trabalhei no ECAD quando era chamado pra gravar bailes de carnaval. Era muito legal ver os músicos fazendo aquela sonzeira ao vivo e até mesmo sons que você nem se identificava tanto e naquele momento você acabava curtindo. Em algum momento da minha vida devo até ter pensado em montar minha própria banda pois bala na agulha e músicos amigos e competentes pra somar comigo eu sempre tive. Mas nunca me iludi com isso porque sei que nesse meio existe uma grande máfia e é cobra engolindo cobra. Pois quando eu nem pensava mais nisso apareceu uma chance de entrar nesse meio: comecei a dar aula pra um advogado que trabalha com seu irmão numa das mais conceituadas bandas do estilo: a Reveillon de São Paulo. Contando pra mim muitas das histórias do grupo, o Alisson me falou que o cachê da banda atualmente tá em 20 mil e por menos que isso eles não fazem! Conclusão: muitos convites e trabalhos, várias dispensas. E pra quem vão esses trampos? Foi daí que tive a idéia. E se eu montasse uma banda e passasse a bola pra ele? Ele achou a idéia bem legal e me incentivou. Comecei a me articular e pensar nas pessoas. Pois justamente na hora que aparece uma oportunidade dessas olho pro lado e vejo o João Paulo, meu aluno de bateria que é uma máquina de tanta técnica e versatilidade; conheço o Henrique, nosso professor de saxofone que também canta, toca flauta, teclado, trompete, acordeão, violão e mais 127 instrumentos! E como o Régis já tá trabalhando nessa área e também resolveu encampar o projeto, vi o time formado. Pela primeira vez acho que vou usar todo meu background pra organizar essa turma, tirar músicas, escrever arranjos pra vários instrumentos... Vou ser o chefão, o maestro. Na verdade não. Quero apenas conduzir meus companheiros num objetivo em comum onde todos vão ganhar, todos vão opinar, todos vão sugerir, todos vão contribuir. Então não sou o presidente do clube, não sou o diretor e nem o técnico. Talvez o capitão que deve exercer sua função e pedir a compreensão de todos na hora de impor algum esquema tático. Mas todos tem que chutar pro gol, né? Tô otimista e muito curioso pra juntar essa moçada. Se não houver egos, vaidades, arrogâncias, estrelismos, preguiças, preconceitos, picuinhas, sexo, drogas e rock and roll com muitas groupies, acho que pode dar certo. Vamos tentar.



postado ao som de”Mentiras” (Adriana Calcanhoto)

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