quarta-feira, 8 de abril de 2009

TANAJURA

"É necessário acreditar em alguma coisa que possa acalmar o absurdo da vida." (Raul Seixas)

Uma vez ouvi um professor dizendo que a indústria da música era a segunda maior do mundo só perdendo pra do petróleo. Na época fiquei indignado com isso e cheguei a seguinte conclusão: tem muita gente por aí mordendo a minha parte desse bolo. Se nessa área rola mesmo tanta grana, porque é que vivo sempre duro? Pois somente hoje fui descobrir que uma dessas pessoas é a Mulher Melancia. Tava mudando de canal até que percebo uma poposuda no Superpop. Parei pra admirar a “saúde” da moça e só aí caiu a ficha pra mim: somente hoje fui descobrir que a mulher melancia é funkeira e que tá enchendo o rabo (e que rabo!) de dinheiro com música. Como tem um monte de mulher, mulher isso, mulher aquilo, acabei confundindo e pensando que mulher melancia era a mesma que a mulher samambaia do programa Pânico na Tv. E é incrível como no Brasil sempre existe um fenômeno desses faturando uma bolada. Uma hora é um Tiririca, noutra uma Kelly Key. E a gente que estudou sério, investiu grana e tempo, ficou horas, dias, meses, anos debruçado sobre um instrumento segue ralando, tocando ou lecionando muitas horas pra descolar uns trocados. Mas hoje em dia tô mais tranqüilo, mais conformado com essas injustiças porque elas acontecem em quase todos os setores da sociedade. A gente tá no Brasil. E mesmo adorando uma bunda nesse caso eu brocho porque enquanto a mulher melancia (minúsculo mesmo!) aparece no programa da Luciana Gimenez e aumenta o valor do seu cachê, ou a Malu Magalhães que tá rodando o Brasil, se preparando pro show no Citibank Hall e faturando um montão com seu “Tchubaruba”, eu tô aqui contando minhas moedas pra comprar o leite das crianças e pagar os juros do meu cartão de crédito.

Postado ao som “Alvorada” (Cartola)

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