terça-feira, 28 de abril de 2009

RESENHA

"O Rock 'n' Roll é uma das chaves, uma das muitas, muitas chaves de uma vida complexa. Não fique se matando tentando todas as outras chaves. Sinta o Rock 'n' Roll, e então provavelmente você vai descobrir a melhor chave de todas." (Pete Townshend)

Foi bem legal o primeiro encontro dos alunos no nosso pequeno auditório improvisado. Segundo Seu Antonio, nosso querido porteiro, foram quase 50 pessoas que apareceram na escola nesse sábado. E o curioso é que quase não tivemos visitantes, parentes e amigos dos alunos. A maioria esmagadora foi mesmo dos nossos pupilos. O que atrapalhou foi a demora na montagem do som. Terminei a aula de teoria ás 17 horas em ponto pra gente começar o barulho mais cedo mas não teve jeito: tive problemas pra conectar os cabos na mesa de som e por conta disso e de alguns telefonemas a bagunça só foi começar depois das dezoito. O bom é que deu tempo do pessoal se organizar e ensaiar alguns sons que não estavam cem por cento. Apresentei o Zaqueu a dupla Vinicius/Jéferson e rolou uma química bacana. Esses dois estão comendo o violão e ficaram de tocar “Condicional” do Los Hermanos e “Eu Quero Sempre Mais” do Ira! que concidentemente faziam parte do repertório do Zaqueu. Muita gente nova se conheceu e grande parte dos alunos resolveu trazer refrigerante e lanches. A grande campeã foi a esfiha do Habib’s que a galera caiu matando. Outra ótima surpresa ficou por conta do Henrique, ex aluno que trabalha num estúdio que fica no último andar do nosso prédio, que desceu com uma câmera profissional pra filmar a reunião. Perfeito. Começamos a sessão de canjas com uma formação acústica. As duas únicas músicas com esse formato foram “Índios” da Legião na versão do acústico MTV e “A Cruz e a Espada” do RPM na versão do Paulo Ricardo. Cantei essas duas sem aquecer a voz e depois de uma coca gelada. A voz falhou em alguns momentos mas rolou numa boa e não cheguei a assassinar a balada. Na primeira fui acompanhado pela dupla fominha, os novos parceiros do Zaqueu, e eles mataram a pau. Entrosados, não perderam nenhuma nota daquela introdução que faz o papel do piano da gravação original e que até o próprio Dado Villa Lobos sofreu pra tocar na gravação do acústico MTV. Na música do Paulo Ricardo quem me acompanhou foram os “The Williams”. William Lima e William Melo são alunos do meu irmão há apenas dois meses e já despontam como uma boa promessa pra esse ano. Dividindo violão e contrabaixo, os dois mandaram muito bem e seguraram as pontas mesmo no final, quando dei uma vacilada na letra. Fecharam sua participação em seguida tocando “Quando o Sol Bater na Janela do Seu Quarto”, outra da Legião. Nesse número chamei o versátil João Paulo pra assumir as baquetas. Dessa vez além de cantar toquei guitarra pra dar mais peso. Adorei. Na quarta música mais uma formação inusitada de pessoas que nunca se viram: Jéfferson, violonista virtuoso, evangélico e aluno do meu mano, colocou as diferenças no bolso e cantou a profana “Pescador de Ilusões” do Rappa acompanhado pelo teclado do Gustavo (pimpolho de 11 anos que tá na escola somente um mês e meio), pelo violão da Larissa (a multiinstrumentista que topa tudo) e pelo excelente Duo Faria (eu na bateria e o mano no baixo!). Apesar da cola da letra o cara comandou a turma e sua interpretação foi impecável. Começamos a pular algumas músicas do set list por causa do tempo curto e seguimos fazendo a estréia de um trio em família. Mauro que é pai da Stefanie que é namorada do Lucas apresentaram a clássica “Gostava Tanto de Você” do saudoso Tim Maia. Mauro cantou (com a letra na mão) assessorado pela filha no contrabaixo (ela faz aula de violão!), pelo genro no violão, pelo Duartinho na guitarra (que aprendeu a música uma hora antes dessa canja) e pelo João Paulo na bateria que ensaiou o início com o samba rock da gravação original. Deu tempo de avisar a ele que seria melhor puxar uma levada mais soul pra não derrubar o trio. Deu certo. A música ficou boa e fiquei feliz com o batismo da família. Chamei novamente o Jéferson e o Vinicius que dessa vez acompanharam o Zaqueu na strokeana “Condicional”. Sentei na bateria, e mesmo sem uma baixista na formação, me empolguei e desci o cacete! Como “nosso” câmera Henrique tava filmando direto, recomecei a música com os meninos depois de avisado que o som da bateria tava alto. Desencarnei o Keith Moon e peguei leve. Mesmo com alguns atropelos no meio por causa das várias convenções da bateria com as guitarras e até de um breque no final onde todos os holofotes se voltariam pro guitarrista Jéferson que faria aquele maravilhoso riff do Rodrigo Amarante, a música mais energética daquele dia rolou até o final. E considerando que eles ensaiaram minutos antes, acho que se superaram. Olhei pra hora e pra galera que tava assistindo e vi que muita gente não tocaria se eu não corresse. Alguns pediram pra tocar “Que País é Este” e como ninguém se manifestou pra cantar essa carne-de-vaca topei fazer pra ajudar a moçada. Dessa vez Mauro foi pro teclado e a Larissa pra bateria. Completaram a banda o Felipe Moura na guitarra, o Lucas no baixo e William Lima voltando no violão. Achei que o andamento ficou lento e estranhei cantar naquele pique já que esse som é quase um punk rock, mas valeu pra turma tocar em grupo e matar a vontade. Depois dessa olhei de novo pro relógio e percebi que teria que limar mais um monte de músicas da minha relação. Perguntei quem ainda não tinha tocado e localizei uma panelinha no fundo da sala, todos sedentos pra tocar. Convoquei o Felipe Carvalho pra guitarra, o Beto pra bateria, o Rommel pro violão e o Caíque pro contrabaixo pra armarem a cama pro nosso frontman da noite: Zaqueu soltou a voz novamente em “A Sua Maneira”, versão do Capital Inicial de uma canção de uma banda argentina. Percebi que outro aluno de canto tinha chegado e coloquei o cara pra cantar na seqüência. Como a música era o xote do Gilberto Gil que a gente tem tocado no repertório da banda de baile, o instrumental rolou tranquilamente. Meu irmão respondeu pelo contrabaixo, João Paulo mais uma vez na bateria e eu me matando pra tocar o violão com mais volume por causa da equalização que nesse momento tava zoada. Mesmo assim achei que foi um dos melhores momentos já que o Antonio é super afinado e se mostrou seguro na interpretação de “Esperando na Janela” por saber a letra de cor e salteado. Quase no final quis fazer o batismo do Lucas Vilela na guitarra. Ele é um dos nossos alunos mais antigos e começou no contrabaixo tocando rock and roll. E pasmem, o cabeludo agora tá tocando violão e estudando música brasileira e temas com muita harmonia. E foi justamente esse o ponto forte dessa sua canja. Me acompanhou em “Flor de Lis”, samba do Djavan com muitos acordes e que sempre cantei em casa. Como tava à vontade com meu irmão no baixo e João Paulo quebrando tudo na bateria mesmo sem conhecer direito a música, me empolguei e fiquei improvisando no final com vocalizes no estilo Leny Andrade. Sei que a galera não entendeu nada mas pelo menos me diverti. Com o tempo estourado fizemos a última com a banda que tava no palco. Como tinha acabado de descobrir que o Zaqueu tava com a letra na ponta da língua, peguei a guitarra e puxei “Zóio de Lula” do Charlie Brown. Zaqueu cantou a saideira com outra quebradeira do nosso melhor baterista e com as cordas deitando e rolando sobre a seqüência dos dois únicos acordes desse reggae. Paramos faltando dez minutos pro prédio fechar e apesar da correria e das poucas músicas executadas, gostei do resultado. Acho essa iniciativa importante porque juntar o pessoal pra se apresentar num ambiente diferente e diante de pessoas amigas que encaram o mesmo desafio é fundamental pra se resolver a questão da insegurança, do ouvido e também o fator psicológico. E no caso dessa apresentação, acho que serviu de prévia pra audição no mês que vem. A tendência é crescer o movimento e todo mundo ficar sem vergonha. Aí vai ficar mais legal porque todo mundo solta a franga e a diversão fica completa. Só não quero que tirem a roupa.

Postado ao som de “Minhas Mãos Meu Cavaquinho” (Henrique Cazes)

3 comentários:

  1. hahahahahaha

    Foi muito legal esse diaa!!!
    Reencontrei uma galera!!
    Muito loucoo!!
    Sergio, você descreveu direitinho!!
    Ameiii...
    Quero outras canjas ein! Só que agora focalizando na audição...neh

    BjOos

    Larissa

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  2. pô Sergio, foi show...
    Muito bom, os imprevistos fazem parte,
    mas ae os caras do "condicional" são feras.
    vamo continuar nesse rítmo.
    valeu!!!

    zaqueu

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