quinta-feira, 10 de setembro de 2009

HAPPY HOUR

Nós sempre temos tendência de ver coisas que não existem, e ficar cegos para as grandes lições que estão diante de nossos olhos."


Em meados de julho eu tava no maior pique com meus projetos. Na época andei ligando pra vários lugares pra descolar espaços pra tocar ou oficinas pra lecionar. Fiquei de enviar projetos pro Shopping de Diadema e pra uma produtora de eventos. Também fiquei de visitar a Secretaria de Cultura de Diadema pra entregar meu currículo já que o recrutamento de oficineiros por lá começa em outubro. O pessoal se mostrou interessado. Fiquei de levar também alguns shows que tenho montado como um que só tem músicas de compositores negros pro dia da Consciência Negra em novembro. Ou um outro pra dezembro que seria um tributo a John Lennon que nasceu no dia 8, data de aniversário dessa cidade. Não fui lá nem consegui botar no papel até agora porque no final de julho fiquei mal e dei uma brochada. Dei uma caída boa e entrei numa deprê daquelas que me consumiu alguns dias. Na verdade a depressão sempre existe mas ela aumenta dependendo do meu momento, do que eu tô pensando ou vivendo. E eu realmente fiquei fraco naquele período por causa do meu remédio e da minha entrega a alguns pensamentos e sentimentos. O interessante é que apesar da dor e da angústia acabo curtindo um pouco essa fase. É como se nessas viagens eu entrasse bem fundo no meu interior e fizesse um encontro comigo mesmo pra saber como vão as coisas. É como se eu fizesse uma reunião com meu alter ego, uma entrevista comigo pra saber a quantas anda minhas idéias de jirico ou minhas dúvidas e certezas. Sempre tiro proveito desses momentos porque procuro avaliar bem cada minuto do meu comportamento. Descubro o porque de cada pensamento que gera aquele sentimento e fico mais atento pra tudo que tá rolando. Vou no fundo do poço e volto numa boa, criando eu mesmo meu caminho de volta. Mas eu não conseguiria nada disso sozinho. E o meu grande parceiro nessas horas não tem sido nenhum amigo, parente ou terapeuta. Deus tem sido muito generoso comigo nesses últimos tempos. Mesmo não chamando tanto por Ele sempre ganho um feedback. Talvez porque eu esteja aberto pra isso ou esteja bastante sensível pra captar cada sinal. E quando percebo alguma dica Dele, rio sozinho, comemoro e agradeço. Logo em seguida me sinto mais forte e mais seguro pra tocar o barco, tomar decisões e administrar meus sentimentos. Acho que Ele percebe que tô tentando melhorar, que essa briga comigo tá dura, que tento ser politicamente correto na maior parte do tempo, que o lado negro que habita em mim tem ficado na teoria. Aí Ele me presenteia ou me dá um empurrãozinho com respostas e cenas em momentos e lugares inusitados. Pode ser no instante em que conserto uma cadeira ou numa simples ida ao banco. Depois desse curta metragem traduzo tudo, e aí fica bem mais fácil montar o quebra-cabeça. Respiro fundo, a ansiedade diminui e inverto os sentimentos. E assim venho superando os obstáculos e voltando ao normal. Aos poucos venho retomando minhas tarefas e acho que até outubro fico novo em folha


Postado ao som de “Signes” (Michael W. Smith)

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