“São as águas de março fechando o verão e a promessa de vida no seu coração” (Tom Jobim)
Ontem foi um dia bem diferente pra mim. Sai dessa rotina casa-escola/escola-casa quando no meio do dia fui ao centro de São Bernardo resolver um assunto no CAPS. Aproveitei pra passar no Poupatempo onde tem uma agência do Banco do Povo. Lá fui me informar sobre empréstimos já que tô doido pra comprar um saxofone pra mim e um piano pra escola. Assim que sai de lá caiu um toró daqueles. Foi o tempo certo pra eu pegar o troleibus, viajar por dez minutos pra chegar na escola e tudo parar. O largo do Piraporinha virou um rio e as cenas que assisti foram dignas do programa do Datena: gente isolada em posto de gasolina, gente nas lojas com água até a cintura, carros boiando e batendo em seguida em outros que já tinham praticamente afundado no lamaçal. Nunca tinha visto aquilo ao vivo. Pra gente que trabalha no segundo andar do prédio, aquilo virou cinema. Todo mundo parando de trabalhar pra ficar fotografando ou filmando a desgraça alheia. Como meus alunos não apareceram e fiquei coçando o saco que também ficou cheio depois de ver tanta merda e tanta água, resolvi adiantar a minha vida terminando os arranjos das duas músicas que fiz na semana passada. Uma com letra da Larissa e a outra com letra do Lucas, ambos alunos do meu irmão. Quer dizer, se não fosse essa forte chuva que deixou todo mundo parado e isolado, eu não teria conseguido fazer uma tarefa que venho empurrando com a barriga por vários dias. Mas ê diazinho esquisito, hein?
Diazinho esquisito? Dei graças a Deus por não ter ido pra faculdade aquele dia. Fiz um macarrão super gostoso à luz de velas, porque aqui também acabou a energia.
ResponderEliminar;/