Hoje foi um dia cheio com muita gente na escola novamente pra ensaiar pro “grande espetáculo” num boteco bacaninha que fica na frente da escola, uns cem metros do outro lado da rua. Foi a mesma bagunça de sempre com neguinho tentando cifrar a música ali na hora, gente escrevendo ou aprendendo a letra que resolveu cantar no dia anterior... Tinha até gente tentando descobrir que instrumento iria tocar e em qual música. O negócio tá cada vez mais free, cada vez mais “jazzístico”. E o curioso é que funciona porque a maioria da moçada é musical, versátil, determinada e aí vai na raça e na orelhada. Além do ensaio teve também uma festinha pra comemorar o aniversário da Ingrid. A moçoila cada dia mais gata e aloprada e menos chata e insegura tá completando 14 aninhos. A Eloísa (mãe) comprou um bolinho de surpresa e chamou todo mundo pra lhe dar os parabéns de surpresa mas a danadinha sacou no meio da movimentação e ai quebrou a gente. Mas juntou todo mundo e foi bom pra quebrar um pouco o stress da muvuca. Contando agora como foi minha apresentação no barzinho do Piraporinha depois de anos sem encarar um microfone e um violão em tempo integral, vou começar falando do lado chato daquela reunião. Reconheço que o som que fizemos foi meio show de calouros mas demos o azar de ter o Pedro de Lara como o anfitrião. Não me surpreendi com a frieza e antipatia do dono do bar porque ele já vinha demonstrando ser um mala durante a semana em nossas conversas que eram quase um monólogo tamanha indiferença do cara. Pra ser sincero até pensei em desistir de tocar mas como tava sedento pra fazer um som e em consideração aos vários alunos que convidei pra tocarem comigo resolvi correr o risco. Deu certo. Conseguimos tocar um monte de músicas diferentes, o pessoal se divertiu e aprendeu um pouco mais. E eu que pensei que a coisa toda seria rápida achando que os alunos dariam sua palhinha e sairiam correndo pra casa, fiquei embasbacado quando vi o bar cheio de gente. Contei umas 50 pessoas (pra quem não divulgou nada...), entre elas a maioria de amigos e parentes das minhas “cobaias”. Fiquei contente pra caramba. Falando agora do que rolou no repertório, assim que assumi minha posição de mestre de cerimônias, resolvi cortar algumas músicas pra não arrastar a bagunça até muito tarde. Queimei na passagem de som músicas como “Noite do Prazer”, “Certas Coisas”, “Uns Dias”, “Azul da Cor do Mar”. Já com a voz um pouco aquecida, resolvi começar pra valer arriscando a única música em que eu faria sozinho, com voz e violão: “Nada Por Mim” numa versão mais rock and roll a
Fogo (Capital Inicial) – Zaqueu cantou lindamente enquanto André na percussão e Felipe Carvalho na guitarra me deram o apoio. O momento marcante pra mim foi quando ao final o pai do guitarrista, visivelmente emocionado, veio comemorar me dizendo que o guri tinha feito o que ele nunca tinha conseguido! Legal né?
Sozinho (versão do Caetano) – chamei meu irmão pra guitarrra e a aniversariante pra me ajudar a cantar mas deixei ela ir sozinha e mesmo com a letra caindo da estante ela segurou a onda e fez bonito até o final.
Deslizes (Fagner) – representando a terceira idade nossa querida Catarina finalmente conseguiu fazer seu número redondinho com introdução, meio e fim. Cantou dançando acompanhada pela minha guitarra e pelo violão do mano.
Exagerado (Cazuza) – cantei com os solos de guitarra do Felipe Moura e pulei um trechinho da letra porque a gente não tinha ensaiado direito. Mas como a música é bem pra cima a galera curtiu. Valeu Felipão!
Formula do Amor (Kid Abelha) – momento flash back 80 com a estréia da Raquel nos vocais. Aprendeu a música durante a semana e mesmo lendo a letra cantou bonito. Dividimos os vocais enquanto a Flavia (meia lua) e a Larissa (bongo) seguraram o ritmo. Eita mulherada danada!
Gatinha Manhosa (Léo Jaime) – dos sonhos que eu tinha nos anos 80 um era fazer um gol no maracanã com a camisa do Fluminense, outro era dormir com a Paula Toller e outro era cantar essa música com essa versão. Pelo menos um deles consegui realizar. Abolerada pelo bongô do professor de sax Henrique Junior, cantei ao violão mais o colorido da guitarra do Daniel.
Fácil (Jota Quest) – adoro essa música e como sempre tive vontade de cantar ao vivo, fiz com o maior tesão. Ainda mais acompanhado pelo “gordo e o magro”, o super dueto Vinicius (baixo) e Jeferson (guitarra) que pegaram a música na quinta. André arrematou dando o groove no bongô.
Agora Só Falta Você (Rita Lee) – outra que sempre curti demais. Consegui mais uma vez arrastar a Flavia pro microfone e dessa vez bem mais solta, cantou comigo em uníssono curtindo o som. Música com instrumental difícil que o Duartinho na guitarra e a Larisssa no baixo (e na dancinha!) fizeram bonito. A Raquel deu o colorido no ritmo com sua meia lua e eu adorei ver novamente essas duas amigas compartilhando a mesma música.
Dias Atrás (CPM 22) – entrou no repertório hoje a tarde depois que descobri que a Lais sabia a letra e cantava afinadinha. Ensaiamos uma vez e cantamos juntos. Usei a introdução de “Wasting Love” do Iron na primeira parte e a versão ficou bem intimista. Mesmo cantando timidamente longe do microfone com sua vozinha de Fernanda Takai, gostei pacas e achei que ficou muito bonito.
Canceriano Sem Lar (Raul Seixas) – antes que gritassem “toca Raul!” cantei e solei esse blues só pra a soltar os dedos e mostrar nosso lado rock and roll. Daniel no violão e Lucas no contrabaixo me acompanharam de olhos fechados.
Camila Camila (Nenhum de Nós) – outro clássico oitentista que cantei lendo partes da letra. Daniel deu o peso do baixo e William, mesmo pra lá de Bagdá depois de umas e outras, conseguiu tocar direitinho o riff de violão da introdução.
Ultimo Dia (Paulinho Moska) – mais uma vez cantei esse tema acompanhado por uma galera de responsa: Larissa no violão, Lais no baixo, Beto no bongô, Ingrid na meia lua e Duartinho na guitarra (com solos psicodélicos e viagens tipo Sonic Youth) novamente entraram na minha e tiraram um puta som.
Flores em Você (Ira!) – fechei com o André que ajudou na percussão e pilotou a mesa de som o tempo todo. Dividimos os vocais e cantamos sem ensaio porque já fizemos isso antes mais de 348 vezes! A música mais bem resolvida da noite não foi filmada e muita gente perdeu por ter ido embora. Mas valeu pra relembrar.
Enfim, o bar é legal, o espaço é familiar, acho que daria pra fazer muita coisa ali. Mas como o chefão de lá é burro e deve ser um daqueles roqueiros “xiitas”, não deu muita bola pra gente e não falou nada. Tá limpo. E se as funcionárias eram mal humoradas, e mesmo com esse babaca implicando com os meninos na sinuca e nem querendo guardar nosso equipamento ao final da apresentação, adorei tudo, principalmente vendo a moçadinha dando a cara pra bater e tocando quinem gente grande. Quis fazer um show solo mas não resisti e quis dividir isso com eles. Fiquei meio rouco, meus dedos ficaram doloridos e pretos, suei a camisa literalmente, não ganhei nenhum cachê e nem um “obrigado” do mal educado do dono do espaço. Mas ver os parentes e amigos bem de perto prestigiando, e percebendo em seus semblantes a alegria e o orgulho de ver todo mundo ali fazendo música bem feita, pra mim já foi um super feedback e valeu meu dia. E além de me ajudar a tirar as teias de aranha e a soltar a franga no gogó, consegui mais duas coisas legais: 1) o convite da Rose (que é aluna do Daniel e promotora de eventos) que gostou do que viu e resolveu trabalhar com a banda de baile da escola. 2) a certeza de que, ao invés do azul, a melhor cor pro fundo do palco é mesmo a vermelha.
Oi
ResponderEliminarNossa, esse dia foi muito legal e especial pra mim!
Eu ameii muiito!!
Valeu por tudo e por essa oportunidade!
Lala Martins
ausehuasheuashe optou pelo vermelho, é? depois eu vi que o fundo do palco no Lolla Palooza também é vermelho (juro, nessa horaeu ainda não tava bêbada... mas não me pergunte sobre a cor das estantes das bebidas!). Me diverti mais nesse barzinho que no outro =D uma pena o dono ser mala =/
ResponderEliminar;**